sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Um final de semana sem fim....Parte I


Passagem de ano ... 2000 para 2001. Resolvemos passar a virada de ano no Rio de Janeiro. E o Willy? Onde ficaria? Sem nenhuma opção resolvemos levá-lo conosco.
Primeiro dia na cidade, primeira surpresa: o prédio não permitia a entrada de animais...
Tapando sorrateiramente o focinho do Willy, distraímos o porteiro com uma conversa fiada e subimos sem que ele notasse a presença do pequeno hóspede indesejado.
Os dias que se seguiram foram um verdadeiro inferno.... estávamos na cidade maravilhosa e nada podíamos fazer sem que lembrássemos que Willy precisava nos acompanhar.
Se o deixássemos preso e sozinho no apartamento ele poderia se fazer notar e aí seríamos expulsos do prédio, levá-lo conosco também não era uma boa opção, afinal de contas, restaurantes não permitiam a entrada de animais, e a mesma regra valia para o bondinho e o corcovado.... Os dias foram se tornando um verdadeiro pesadelo...

É claro que no dia seguinte à nossa chegada o porteiro finalmente notou que havia algo além de seres humanos naquele apartamento. Nesse momento tivemos que contar com a lábia de nosso anfitrião, que com seu jeitinho brasileiro, conseguiu adiar nossa "expulsão" aquele dia...

Chega o fatídico dia 31/12. Ao invés da costumeira felicidade pela entrada do novo ano a preocupação do dia era: "aonde deixaremos Willy?"
Preso no apartamento, com o barulho dos fogos, ele simplesmente enlouqueceria. Além do mais, os vizinhos notariam, assim como o porteiro, que "havia algo além de seres humanos naquele apartamento"....

Para nossa felicidade ..... ou infelicidade, um amigo de nosso anfitrião ofereceu o quintal de sua casa para que Willy passasse algumas horas. Apesar do aperto no coração aceitamos o convite e lá o deixamos ... às 18h00 da tarde.
(a virada de Ano Novo no Rio de Janeiro é a única data do ano em que as passagens de metrô são compradas com hora marcada, evitando dessa forma, o embarque de milhões de pessoas pouco antes da meia noite. Nossa passagem foi comprada para as 18h30. O único horário que sobrou para aquela noite).

A virada de ano foi um verdadeiro caos!! Choveu torrencialmente a noite inteira, inclusive durante a queima de fogos... 6 horas de pé, sem o mínimo de conforto, debaixo das marquises de prédios, toldos de lanchonetes e restaurantes. Para completar a sucessão de desastres daquela noite, durante o espetáculo, alguns fogos estouraram em plena praia atingindo muitos expectadores que curtiam a festa.
Ao final da queima, a única coisa que queríamos era voltar para a casa "emprestada" e resgatar Willy.

A fila para entrar no metrô já dava a primeira volta no quarteirão, todas as ruas estavam interditadas e por essa razão, não havia sequer a sombra de um taxista. A única saída era atravessar a pé e embaixo de chuva pelo menos 3 bairros do Rio de Janeiro.... Após uma longa e exaustiva caminhada, conseguimos localizar um taxista, que parecia não estar no seu estado normal aquele dia ... o desespero para conseguir realizar o maior número de viagens naquela noite o fez nos levar ao destino final em pouquíssimos minutos. Os olhos arregalados, as mãos suadas, a cara de desespero de todos que estavam dentro do carro e o silêncio que imperava completou o desastre daquela fatídica noite.....

De madrugada, exaustos, encharcados e sonhando com uma boa noite de sono, a única coisa que queríamos era reencontrar Willy e dormir o sono dos justos.....

Ao abrirmos a porta da casa todos entram chamando por Willy. Nenhuma resposta, nenhum latido, nenhum barulho, nenhum sinal aos nossos chamados.

Algo estranho. A casa está vazia ... são 4h00 da madrugada...

Um comentário:

Anônimo disse...

Aguenta coração!!

Confesso que depois de 18 anos de amizade com a dona do blog, eu ainda não conhecia a saga do Rio de Janeiro. Lembro-me de uma história assim, mas muito por cima.
Por favor, preciso saber o resto da saga!!!!!!!!!!

Beijos amiga.