terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cenas trágicas, cenas cômicas...

Volto ao blog para contar sobre um problema que tem afetado com certa freqüência meu amigo.
Willy tem 10 anos e há tempos tem um problema respiratório que lhe causa “ataques de asma” um pouco preocupantes. As crises, na grande maioria das vezes, acontecem quando Willy está eufórico por conta de um passeio, ou quando volta do petshop ansioso por chegar em casa.
No meio da caminhada, Willy simplesmente pára, se posiciona sobre as quatro patas (como se pisasse em ovos) e tenta desesperadamente puxar o ar com força enquanto emite um som parecido com um ronco. A cada movimento para puxar o ar, suas costelas ficam completamente visíveis. A cena chega a chocar. Por sorte a crise dura apenas alguns segundos.

Após sucessivas e constantes crises, resolvemos levá-lo ao veterinário, que diagnosticou o problema e nos informou que o acontecimento é considerado “normal” entre poddles e cachorros de pequeno porte.
A solução imediata, segundo o veterinário, é no momento da crise segurar a sua boca, bloqueando a entrada de ar, e assoprar com força o seu focinho, como se estivesse fazendo o "teste do bafômetro". Desta forma o ar entra, desbloqueia a traquéia e o cão volta a respirar sem dificuldade.

A solução até que faz algum sentido, mas realizá-la no meio da rua, na frente de outras pessoas, é uma tarefa, no mínimo, constrangedora...

A primeira vez que nos deparamos com essa situação, estávamos passeando com Willy pelo bairro. Ele parecia feliz e despreocupado, quando de repente foi acometido pela crise de asma. Naquele mesmo instante lembrei da orientação do veterinário. Enquanto ele sofria com a crise em plena luz do dia, no meio da Avenida Higienópolis, gritei para que minha mãe realizasse os “primeiros socorros”, já que eu não teria coragem de passar por aquele constrangimento. Estrategicamente posicionada no meio da calçada, ela se abaixou, segurou sua boca com as mãos e assoprou de longe seu focinho como se estivesse apagando uma vela de aniversário. Expliquei, entre gargalhadas (apesar da tensão daquele momento), que ela deveria colocar a boca diretamente no focinho de Willy (como se estivesse fazendo o teste do bafômetro). Somente desta forma o ar chegaria aos seus pulmões desbloqueando sua traquéia. Vendo a dificuldade e o sofrimento de nosso amigo em tentar respirar, ela o segurou novamente e num ato de desespero colocou a boca em seu focinho gelado e molhado assoprando com toda força que lhe foi possível alcançar.
Neste momento Willy se afastou e, apesar de constrangido, respirou aliviado. A estratégia surtiu efeito!

Esta mesma cena já se repetiu por inúmeras vezes e nos locais mais inapropriados que vocês possam imaginar....
Num belo Domingo de sol, na entrada principal do Parque Ibirapuera, Willy teve um ataque de asma constrangedor. Mais uma vez, foi minha mãe quem entrou em ação para salvá-lo. Agachada no meio da calçada, entre o movimento de carros e pedestres, colocou sua boca no focinho de Willy e assoprou com força o ar para dentro de seus pulmões.
Mais uma vez aliviado, Willy voltou a respirar sem dificuldade.

É impossível imaginar o que se passa na cabeça de uma pessoa que presencia uma cena como essa. Uma senhora agachada no meio da rua fazendo respiração boca a boca em um pequeno poodle....
Apesar da preocupação diante dessas situações, sempre me diverti muito presenciando as cenas, que de trágicas sempre se tornaram cômicas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hahahahaha.
Não consigo imaginar sua mãe fazendo isso Lé.
Juro que se eu visse essa cena eu rolaria de tanto dar risada!!!

Beijos...................