quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Encenações...

Nesses 10 anos em que Willy passou a fazer parte de nossas vidas, por muitas vezes me perguntei se ele realmente entende o que se passa a sua volta. Foram muitas as vezes que tive essa certeza... Para conseguirmos sair de casa sem que Willy fique solto no apartamento e acabe infestando de xixi todos os móveis da casa em sinal de repulsa à nossa família por abandoná-lo durante o dia, seguimos um ritual um pouco diferente das famílias convencionais que possuem algum animal de estimação. Willy é tão inteligente e perspicaz, que ao menor sinal de que ficará sozinho em casa, se coloca posicionado estrategicamente no centro e embaixo da mesa da sala de estar, pois sabe que nenhum de nós terá a audácia de tirá-lo dali. Inconformados pelo poder de domínio de nosso cachorro, criamos algumas regras que nos últimos tempos notamos que têm perdido a eficácia.
Meu pai, por exemplo, ao se preparar para sair de casa, leva toda a sua roupa para a cozinha. Se essa estratégia não é colocada em prática e ele se troca em seu próprio quarto, Willy se coloca sorrateiramente escondido embaixo da cama, e como pegá-lo é uma tarefa que requer, principalmente, coragem, por ali permanece até que alguém retorne para casa no final do dia. Outra tática abordada pelo meu pai é sentar-se em frente ao piano e pacientemente tocar o maior número de músicas possíveis até que Willy, um de seus maiores fãs, apareça para apreciar a boa música e se posicione embaixo do piano. É neste momento que Willy é capturado e “colocado” na cozinha...
Minha mãe, ao se preparar para sair de casa, também criou uma regra prática. Sem que Willy perceba, ela tira o telefone do gancho e conversa por alguns minutos com um ser inexistente do outro lado da linha. Desta forma, Willy se distrai, senta ao seu lado e é abruptamente capturado e colocado na cozinha. Com o passar do tempo Willy tem percebido essa tática e por essa razão as conversas com o “ser inexistente” têm ficado cada vez mais longas....
A minha tática já não o convence mais. Sempre que me preparava para sair de casa e Willy se posicionava embaixo da cama, eu discretamente abria a porta de serviço (sem que ele percebesse) e tocava a campainha insistentemente como se fosse uma visita... Nessa hora Willy corria em direção à cozinha e ali já era trancado!! Essa tática só deu certo uma vez. Na segunda Willy já estava preparado...

E assim, a cada dia, participamos de uma nova encenação. Subestimamos a inteligência de nosso amigo, como se ele não fosse inteligente o suficiente para entender o que se passa a sua volta....

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei as estratégias - são todas muito engraçadas. A melhor é o seu pai levando a roupa pra cozinha. O mais engraçado é que o Willy acaba descobrindo tudo ... como esses cachorrinhos são inteligentes!
A minha irmã tem um maltês, tipo cachorrinho de madame ... o Calvin. Pra ela sair de casa tem que cercar todos os sofás, totalmente, com bichos de pelúcia; assim ele não faz xixi, de indignação. Ela comprou umas centopéias compridas, de um metro e meio cada uma, coloridas, maravilhosas, em Águas de São Pedro, que estão funcionando direitinho para o "cerco aos sofás".
Acho que fazer xixi de indignação é uma conduta padrão ... fico imaginando o Lobo, o meu Labrador, se entrasse em casa ... lagoas!

Anônimo disse...

Lé muito interessante mesmo e acredito mesmo nisso.

Vc acredita que um calopsita também sabe quando vamos sair?

Beijos...